quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

#jesuisporranenhuma

Vi por aí uns palhacinhos a usar o hashtag #jesuissagres. Ora bem confundir o que se passou no Charlie Hebdo com este episódio é, no mínimo, infantil. É como confundir a obra prima do mestre com a prima do mestre de obras. Para começar (e acabar) ninguém morreu por causa disto.

Mas podemos discutir as questões da liberdade de expressão. A sagres é livre de fazer aquele video? Obviamente que é. Viola os limites legais da liberdade de expressão? Não.
Agora, o Sporting tem direito ficar indignado? Tem. Pode pedir que retirem o video? Pode. Conversou com os senhores da sagres e eles concordaram que o video poderia ser interpretado de uma forma que não pretendiam (bullshit!) e decidiram retirar o video. Em que medida isto atenta a liberdade de expressão da sagres? Zero, os senhores tal como fizeram o video de livre vontade, tiraram-no do seu facebook de livre vontade.
Mas há aqui outra questão: eu sou obrigado a gostar do vídeo? NÃO! Eu posso decretar que o vídeo é de mau gosto para com o meu clube e que, por esse motivo, não consumo mais produtos desta empresa? SIM! Não é assim tão difícil de compreender... Imaginemos que o pingo doce decidia fazer uma publicidade com insinuações xenófobas. Não estaria eu no direito de não voltar a fazer compras no pingo doce por achar que a publicidade era ofensiva?
No meu dinheiro mando eu e não sou obrigado a comprar produtos de empresas que maltratam os seus clientes. Há mais empresas a querer o meu dinheiro e que o merecem!

Em relação ao hashtag #jesuis... estou farto dele. Já não bastou o original ter sido usado por tanta gente que não respeita a liberdade de expressão e a liberdade em geral, agora temos de levar com os derivativos imbecis.

SL

1 comentário:

  1. O melhor post que já li em relação a este assunto.

    #jesuisporranenhuma e que se f%&$ os lampiões. Em minha casa também não entra sagres.

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