quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Matemática lampiã, versão d'a bola

Mais uma vez a matemática lampiã volta a atacar, desta vez no jornal a bola. Vejamos esta notícia que acabei de ler no site:


Ora bem, este é daqueles casos em a notícia parece não mentir mas mente e também não conta a verdade toda. O bruno paulista poderá vir a ser a melhor venda que o bahia fez caso seja vendido por 13 milhões de reais? Sim, se o talisca foi vendido a 12 e se for confirmado o valor de 13 para o paulista. Mas agora isso faz com que o paulista seja a compra mais cara feita ao bahia? Não!
Passo a explicar:
Quando olhei para o valor de 3,2 milhões de euros pelo passe do talisca fiquei com a pulga atrás da orelha. Sempre tive na ideia que tinham sido 4 milhões. Fui logo buscar a o conversor de moeda:


  • 12 milhões de reais em 5 de Julho de 2014 quantos euros eram? A taxa de câmbio de dia 7 de Julho de 2014 era 3,0137 segundo o Banco de Portugal (BdP). Como o benfica anunciou o talisca como reforço no dia 5 sábado só houve cotação no dia 7. Logo o valor da transacção foi de 3,98 milhões.
  • Os 13 milhões de reais do paulista, à cotação de ontem de 3,7721, são 3,45 milhões.


Logo a bola falta à verdade quando diz que o talisca custou 3,2 milhões de euros e não conta a verdade toda quando dá a entender que a possível compra do bruno paulista sairá mais cara ao Sporting do que a compra do talisca.

SL

boateng, mitroglou e paulista

kevin-prince boateng mal chegou a Lisboa e todos os comentadeiros e paineleiros se apressaram a chamar-lhe bad boy e recordar todos os casos de indisciplina em que se tinha envolvido. Confesso que o perfil fora de campo não agradava, mas reconheço que, em campo e em forma, poderia ser uma mais-valia. O negócio abortou, diz o Sporting por questões relativas aos direitos de imagem. Sou capaz de jurar que a questão esteve em algum problema físico que foi encontrado nos exames médicos. Tendo em conta a nossa má experiência nos últimos anos com situações que levantavam dúvidas como jeffren, rodriguez ou luís aguiar, a decisão tomada parece-me acertada. Não dizerem a verdade sobre o motivo aceita-se no contexto, já que o agente do boateng é o do slimani.

Já o mitroglou é uma novela com mais de um mês. Parece-me evidente que houve interesse do Sporting em contratá-lo e que havia vontade do mitroglou mudar de ares e que Portugal lhe parecia apelativo. No entanto, já há algum tempo que se dizia que a vontade dos dois clubes não coincidia na cláusula de compra de 7 milhões. Hoje apareceu o benfica e terá aceite as condições impostas que afinal parecem ser de uma cláusula de compra obrigatória de 7 milhões. Se o Sporting tivesse feito esse negócio começaria a dar razão aos que dizem que estamos numa vertigem gastadora. Sendo o negócio 7 milhões de cláusula de compra obrigatória + 1 milhões pelo empréstimo prefiro que ele não venha. As últimas vezes que pagámos valores desses por jogadores saíram-nos o pongolle e o elias na rifa. Comprar um flop como o shikabala por 170 mil euros é uma coisa. Outra coisa é comprar um flop de 8 milhões. Não digo que o mitroglou seja um flop, mas 8 milhões é um preço muito alto para pagar para ver. O benfica achou que não? Bom para eles. Já têm substituto para o jonas (sim, acho que vai sair). Agora, têm motivo para tantos foguetes? Acho que não. Compraram um jogador que fora da Grécia nunca se impôs e cuja a maior credencial que os lampiões lhe conhecem é ter estado em negociações para ser transferido para o Sporting. Isso não me parece motivo para estarem tão acesos, mas se eles acham que sim, bom para eles. Mas depois da pré-época que tiveram entendo que queiram festejar esta pequena vitória. Daqui a um ano logo veremos se eles terão motivos para estarem tão satisfeitos. Já agora, o vieira está nitidamente em modo all in pessoal e está cuidadosamente a colocar novas fichas na mesa todos os dias: imaginem que o mitroglou é um flop e a isso se junta uma má época. Vão ser "14 milhões" a ir atrás dele e um novo mandato fica em risco.

Dizem que vêm aí um tal de bruno paulista por 3,5M. Não conheço, mas o preço não foi baixo para um miúdo de 19 anos, isto apesar de ele ter uma cláusula de 25 milhões, mas que nos dias de hoje não quer dizer muito. No entanto, já vi algumas reacções da "torcida" via Twitter e parecem pouco satisfeitos com o preço que vamos pagar.
É verdade que nos falta um médio defensivo e parece que a opção foi contratar alguém com potencial em vez de alguém consagrado. Acho também que esta contratação, em termos de posição, faz mais sentido do que a do boateng. Ainda assim é ver o que sai, mas confesso que me sinto uma criança a olhar para um kinder surpresa.

SL

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Resignados e aziados

Hoje após postar sobre os 14 milhões da treta, recebi alguns impropérios que considero normais aqui na caixa de comentários, mas que não vale a pena publicar porque são apenas trolls a grunhir, o que é normal numa caixa de comentários. No entanto, no Twitter recebi duas respostas de lampiões que me deixaram a pensar, por denotarem um sentimento que vejo em muitos benfiquistas em fase larval de lampião: a resignação. Resumidamente, estes dois benfiquistas em transição colocavam-me a questão de se eu não tinha mais nada para fazer, sem ser estar a escrever sobre o clube deles e que devia ser maluco em perder tanto tempo com questões de outros clubes. Ainda interagi um pouco com ambos para explicar que:
1. Não perdi assim tanto tempo quanto isso. A ideia do post surgiu-me quando alguém no Twitter mencionou o post do Artista do Dia sobre os 14 milhões. Por questões profissionais trabalhei com os dados demográficos portugueses não há muito tempo e mal olhei para aqueles números o número de adeptos de Lisboa não me fez sentido;
2. Abrir os olhos das pessoas para a verdade nunca é uma perda de tempo, sejam 15 minutos, sejam 15 horas que perdemos. É por deixarmos de acreditar que a verdade é uma coisa importante que muita merda vai mal neste país e no mundo. 

Mas então porque digo que estes quasi-lampiões estão resignados? já perceberam que agora vão ter de ir com o vieira seja para onde for, mesmo que seja para o abismo e que por isso vão ter de comer aquilo que ele e a sua máquina de propaganda lhes mete no prato, mesmo que seja um monte de merda sem sentido. É um fenómeno que já vi antes nos portistas que se tornaram tripeiros. Inconscientemente sabem o que se está a passar, mas como vão ganhando preferem seguir os seus líderes, porque têm a esperança de que eles os vão conduzir novamente à vitória, se não for hoje, será amanhã. Como se chega a essas vitórias não importa. Mentir, corromper, manipular, lavar dinheiro, tudo vale. É aí que há uma diferença para os Sportinguistas: nós somos menos dados a comer o que nos põem no prato e foi por isso que quando o godinho lopes nos conduzia para o abismo dissemos basta e corremos com ele. É verdade que eles nos conduzia para o abismo com derrotas, o que ajudou  a correr com ele, mas mesmo com vitórias acho que ele não se aguentava muito mais tempo.

Pode-se achar que eu falo muito do benfica neste blogue, mas na verdade falo é muito nas mentiras do vieira e dos seus apaniguados. E actualmente essa é a maior fonte de mentiras do futebol português. Eu gostava de falar mais de futebol, mas não me contenho quando vejo mentiras...

E este último ponto liga com os aziados. Nestes últimos dias o desfile de lampiões aziados parece uma feira dos horrores ou um desfile de aves raras. Assim de cabeça lembro-me de ouvir debitar ódio e tretas sobre o Sporting: pedro guerra, calado, paulo madeira, dito, josé augusto, mozer, josé manuel antunes, jaime antunes, rui gomes da selva, gobern, david borges, cristóvão, braz, pedro sousa,  simões, gaspar ramos, rita, manha, entre muitos outros. O discurso todo muito afinado de que o Sporting está louco, que está descontrolado financeiramente, que o JJ agora é que manda e que os reforços são todos novos shikabalas. Este último tornou-se uma espécie de sound byte que todos foram instruídos para tentar enfiar no meio do nome de uma nova contratação do Sporting. Eu confesso que quando os estou a ouvir me dão náuseas, mas depois reflicto melhor e chego às seguintes conclusões:

1. O benfica faz a pior pré-época deste século com 5 jogos onde tem 3 derrotas e 2 empates (sem contar penaltis), 3 golos marcados e 8 golos sofridos e a preocupação destes lampiões é o Sporting? Devemos estar a fazer muita coisa bem! Estão mais preocupados connosco de que com a merda de pré-época que fizeram? EXCELENTE. É sinal de que já viram que até à Supertaça o melhor a fazer é tentar destabilizar porque o benfica poucas hipóteses de melhorar tem em tão curto espaço de tempo.
2. A aliança benfica-porto continua forte e, apesar de não perceber esta questão do proença, parece-me óbvio que esta neutralidade lampiã em relação ao porto é sinal de que este ano o acordo estipulava que o título iria para o norte. Atacar o Sporting e acusá-lo de loucura financeira quando o porto investe quantidades gigantescas de dinheiro é um sinal óbvio de um pacto de não-agressão e demonstra o medo que têm que o Sporting se meta no meio desta dança.

SL

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Revisitando o mito dos 14 milhões de lampiões

O estudo que projecta os 14 milhões de lampiões data de Março de 2006 e no O Artista do Dia foi feita uma excelente análise sobre o estudo e das incoerências à volta do mesmo. Apesar do excelente trabalho que o Mestre de Cerimónias faz sobre o tema, gostaria de mergulhar de forma mais profunda em alguns aspectos. Comecemos pelos números do estudo, mas não sem antes ver estes dois quadros:




O primeiro é o do "estudo" que foi "publicado" onde se "criam" 14 milhões de lampiões. O segundo refere a presença de emigrantes portugueses no mundo e cuja a fonte são dados das Nações Unidas sobre as migrações e cuja a fonte está aqui. Façamos então uma análise comparada dos dados:
  • 506.000 lampiões no Canadá quando há cerca de 175.000 portugueses no Canadá. Para um estudo feito em conjunto com a Secretaria de Estado das Comunidades gostava de perceber como chegaram a estes números. Mesmo com segundas e terceiras gerações estes números parecem muito inverosímeis;
  • 592.000 lampiões nos EUA com um número de imigrantes que ronda os 175.000 emigrantes também me parece pouco verosímil. Aliás quem não viu o vídeo do benfi... who? Claro que toda a gente sabe quem é o benfica por aquelas bandas;


  • 116.000 na Indochina. Primeiro curiosa a agregação em Indochina, que nem é uma zona geográfica oficialmente definida, já que a definição francesa apenas inclui Cambodja, Vietnam e Laos, mas há também definições que incluem Tailândia, Myanmar, Singapura e Malásia. Quanto menos precisos forem os números parece ser melhor. E de onde vem esta implantação lampiã? Não se entende....
  • Porque é que em França há 600.000 emigrantes e "apenas 396.000" são lampiões? Pela lógica dos EUA e do Canadá deviam ser para aí uns 2 milhões... A mesma pergunta se pode fazer em relação à Alemanha;
  • E o estranho caso da Suíça e da Áustria onde quase não há lampiões apesar de ser o segundo país do mundo com mais emigrantes portugueses? Pela lógica aplicada ao Canadá devia haver um cantão lampião e no entanto nem chegam aos 5% dos emigrantes... Já começa a dar para ver que este estudo foi feito com os pés.
  • Quem conhece Angola e Moçambique sabe que em ambos os países há um grande equilíbrio entre o número de lampiões e Sportinguistas. Em Angola eu diria até que a implantação do Sporting é superior à do benfica. Mas haverá assim tantos adeptos do benfica? Curiosamente a Guiné-Bissau é esquecida e aí implantação lampiã é grande e até dava para enfiar mais uns adeptos nos números. Mas como a ideia não era ser exacto...
Bem, já deu para perceber que a parte internacional do estudo tem mais buracos que um queijo suíço, mas e a parte relativa a Portugal, estará melhor?

Olhemos então para o quadro que se segue:


Antes de mais um parêntesis sobre esta colaboração do INE e da Secretaria de Estado das Comunidades (SEC): esta colaboração só pode ser sobre os dados demográficos que supostamente foram utilizados. Não são construídos dados estatísticos oficiais sobre preferências de clube. 
Este quadro cruza os dados apresentados pelo benfica com os do último censo publicado pelo INE datado de 2011, cinco anos após o "estudo", mas onde os grandes números são comparáveis pois a estrutura da população obedece a dinâmicas muito lentas e que sofrem apenas ligeiras alterações em 5 anos. Os dados do INE podem ser consultados em www.ine.pt
Como estamos a falar de adeptos de futebol é preciso fazer alguns ajustes ao total da população. Usei os seguintes pressupostos:
  • 90% dos homens portugueses são adeptos de futebol;
  • 75% das mulheres portuguesas são adeptas de futebol;
  • 1/3 das crianças até aos 14 anos não são adeptas de futebol, além de não terem preferência clubística definida. Considerei que 1/3 seria uma justa representação da faixa 0-5 anos que é a que não é adepta de futebol na verdadeira acepção da palavra;
  • Agrupei os dados do "estudo" do benfica em termos geográficos de forma a baterem com os do INE. O Norte do INE corresponde ao Norte interior + Norte litoral do "estudo". O Centro corresponde ao litoral centro do "estudo" (no estudo não há litoral interior, mais um sinal de grande rigor);
  • No Sul definido no "estudo" considerei o que o INE classifica como Algarve, Alentejo e Península de Setúbal;
  • O INE tem separado tal como o "estudo" a Grande Lisboa e o Grande Porto o que permite uma total comparabilidade dos dados nestas regiões.
Tendo em conta esta agregação de dados concluí-se que o "estudo" afirma o seguinte:
  • O benfica tem 102%(!) dos adeptos de futebol da Grande Lisboa. Dos 1,58 milhões de adeptos de futebol da Grande Lisboa 1,64 milhões são do benfica. Parece-me que quem fez estas contas foi o mesmo gajo que diz que o cancelo foi vendido por 15 milhões;
  • Em Portugal 58% dos adeptos de futebol são do benfica. Não me parece que tal número faça sentido até porque o mesmo está baseado num pressuposto de que há 102% de lampiões na região mais populosa do país;
  • No centro é onde supostamente o benfica tem maior percentagem de adeptos (55%) depois da aberração estatística da Grande Lisboa. No centro onde é relativamente óbvio que a implantação do Sporting é, no mínimo, semelhante à do benfica;
  • A região de Portugal Continental onde o benfica tem a terceira maior implantação de adeptos é no Grande Porto com 41% dos adeptos. Não me parece, principalmente quando comparado com o Sul e o resto do Norte.
  • A região sul fica-se pelos 39% e o Norte pelos 32%. Alguém acredita que o benfica tem mais adeptos no Grande Porto do que no resto do Norte e principalmente do que no Sul?
  • Porque razão há tão poucos lampiões nos Açores? Eu não conheço nenhum motivo para tal. E como se explica este facto se tivermos em conta o forte contingente açoriano emigrado nos EUA e no Canadá? Os lampiões dos Açores emigraram todos e só ficou pessoal do Sporting e do porto? Não bate certo.
Chegamos então à conclusão que o "estudo" está cheio de erros e inconsistências. Mas há ainda mais um mistério que não está totalmente resolvido que é a autoria deste estudo. As notícias da altura falam de uma vox pop e de uma vox populi. Em relação à participação do INE e de SEC estamos conversados. Tentemos então perceber quem é esta empresa. Não há qualquer referência a esta empresa ou a outros estudos que a mesma tenha realizado. A sua pegada na Net não existe. Ora estamos a falar de algo que se passou há menos de 10 anos. Deveria haver alguma referência a esta empresa, mas não há. Mas existe uma fundação vox populi, fundada em 2009, pelo fundador e antigo presidente da marktest, luís queirós e pela sua esposa. Ora, isto não pode ser uma coincidência, principalmente se nos recordarmos que o célebre "estudo" de opinião de 1992 que falava de 6 milhões de lampiões foi também feito pela marktest. Como na altura esse "estudo" foi bastante contestado, parece-me que inventaram esta vox populi para dar a cara, mas que terá sido a marktest fabricar os números. Fabricar mal, como já vimos.
 
No entanto, quis ir ainda um pouco mais longe e perceber se poderia ver alguma ligação clubística com a marktest da altura. Fui tentar descobrir um pouco mais sobre o fundador e presidente da marktest em 2006. Encontrei apenas um perfil de facebook sem filiação clubística evidente. Decidi então olhar para os órgãos sociais da fundação vox populi. Rapidamente se percebe que a fundação serve tem várias pessoas de apelido queirós o que revela um carácter relativamente familiar da mesma, o que olhando para a história da fundação é normal. No entanto, tentei ver se no perfil do facebook sr. luís queirós encontrava os membros dos órgãos sociais nas suas amizades. Encontrei quase todos mas três deles com filiações clubísticas declaradas:
- Pedro Queirós;
- Sérgio Queirós;
- José Oliveira (este último ainda é membro do conselho de administração da marktest)

Todos do benfica. Sendo que os dois primeiros parecem ser filhos não é difícil adivinhar o clube do senhor luís queirós.

Em resumo, os 14 milhões resultam de um estudo feito por uma empresa fantasma, ligada a uma empresa de estudos de mercado liderada à data por um lampião. Em cima disto o estudo está todo engatado. Isto pode ser tudo uma enorme coincidência, mas eu não acredito em coincidências.

SL

PS: Sabem como eu acho foi feito o estudo? O orelhas perguntou a um amigo na SEC quantos portugueses e luso-descendentes há no mundo. Há um mito urbano que fala em 30 milhões (10 + 20), mas emigrantes efectivos são pouco mais de 2 milhões. Com descendentes de primeira geração vai parar os 5 milhões no máximo, a partir daqui são tudo estimativas em que a filiação futebolística é difícil de aferir. O orelhas diz: epá isto metade dos portugueses são do benfica, mas para não dar nas vistas dizemos que são para aí uns 45%. Aplica aí isso aos 10 milhões e aos 20 milhões e temos 13,7 milhões agora distribuí essa merda pelo país e pelo mundo. E o luís queirós assim fez, mal e porcamente (atenção que estas contas de merceeiro batem certo com o "estudo").

PPS: Quem quiser confirmar os perfis no facebook desta gente que procure. Achei que não fazia sentido estar a pôr aqui links de contas do facebook. Quem não acreditar um mim que pesquise como eu fiz.



segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Bons indicadores

Fui ver o jogo ao estádio com o meu filho e o meu sogro e foi uma noite em cheio. Apesar de algumas surpresas na apresentação dos jogadores (será que o Ciani nem aquece o lugar?) ficou claro que este Sporting é muito diferente do Sporting do Marco Silva. EM termo tácticos o que eu vi:
  • Mais compacto a defender, sempre a acompanhar o movimento da bola; 
  • Puitas opções na fase de construção, deixando sempre em aberto a possibilidade de jogo interior ou jogo nas faixas;
  • Pressão alta, mas obrigando a um esforço menor em termos físicos derivado de uma defesa em linha e muitas vezes próxima da linha de meio campo;
  • Futebol mais interessado em chegar rápido à baliza adversária do que na posse de bola.
Desta vez gostei mais dos aspectos defensivos do que ofensivos. A roma praticamente não criou perigo. O Rui Patrício não teve praticamente nenhuma intervenção de relevo. Em termos ofensivos as  rotinas ainda lá não estão todas, mas parece-me que, tal como estão, já nos dão um arsenal ofensivo mais extenso do que aquele que tínhamos no final da época passada.

Sobre os reforços:

Naldo - Muito certo a defender e a sair com a bola controlada. Bom tempo de corte e posicionamento. Apenas me pareceu que por vezes tem problemas em manter os níveis de concentração a 100%
João Pereira - Pareceu realmente mais calmo. Bem a defender, mas falta-lhe ainda algum critério no ataque o que lhe valeu alguns puxões de orelhas do JJ
Bryan Ruiz - O JJ já disse tudo o que há para dizer sobre ele. Táctica, técnica e capacidade física. Grande visão de jogo e grande capacidade no 1x1. Nesse aspecto, faz lembrar o Pedro Barbosa na forma como se movimenta. Há uma jogada em que ele tira três do caminho e nos três 1x1 deu a sensação que ia perder a bola mas saiu com ela, como tantas vezes acontecia com o Pedro Barbosa.
Teo - Muita vontade, mas nota-se uma grande falta de entrosamento, principalmente com o Slimani. Preciso de ver mais vezes, mas não sei se vai ser titular na taça.

Sobre "os novos":
Ricardo Esgaio - Não comprometeu na defesa e subiu sempre que foi solicitado. É alternativa ao João Pereira.
Rúben Semedo - A sua estampa física é mais próxima do central do que do médio-defensivo. Foi usado nesta posição, mas vai ficar no plantel como alternativa. Cumpriu bem as funções que lhe foram destinadas. Fica na retina um puxão de orelhas do JJ quando ele perde um duelo físico com um adversário e o JJ pareceu dizer-lhe: "Não podes perder no físico com esse tamanho todo"
Wallyson - Certinho, com pormenores interessantes a rever com atenção.
Gelson - Tem tudo para ser um caso sério. Técnica acima da média e muito objectivo na procura da baliza. Vamos vê-lo em acção muitas vezes ao longo da época;

Sobre "os velhos":

Rui Patrício - Pouco trabalho, mas transmitiu sempre confiança à equipa.
Jefferson -  Está como peixe na água neste esquema do JJ. Bem a atacar e a defender. Quando consegue manter a concentração a 100% durante todo o jogo é um lateral de topo.
Paulo Oliveira - Intransponível! Está a evoluir a olhos vistos e não lhe vi um único erro em todo o jogo. Antes de começar a época ouvi muitas vezes que precisávamos de um líder para a defesa e eu só pensava: "Porra, o líder da nossa defesa já lá está! É o Paulo Oliveira!". Acho que o JJ também começa a pensar isso.
Adrien - A re-adaptação à posição de médio defensivo tem sido fácil. Bem tanto a defender como na primeira fase de construção.
João Mário - Às vezes não se dá muito por ele, mas neste Sporting tem um papel muito importante. É muitas vezes ele quem pauta o ritmo do jogo e define a estratégia de ataque.
Carrillo - Nota-se que ainda não assimilou totalmente as ideias do JJ, mas está a tentar. Já faz muito movimentos interiores, mas tem de melhorar o timing de entrega da bola.
Slimani - Incansável na pressão sobre os defesas adversários e com um espírito de iniciativa que agrada a JJ. Marcou um golo e poderia ter pago pelo menos mais um.
Marcelo - A melhor situação da roma acabou nas mãos dele. Transmitiu segurança tal como aconteceu com o Rui.
Tobias Figueiredo - Parece que está a convencer o JJ e eu percebo porquê. As qualidades estão todas lá. Com trabalho pode fazer-se um grande central.
Mané - Agitou o jogo. Vai ter muitas oportunidades de se mostrar e este esquema táctico é a cara dele. Vamos vê-lo a marcar muitos golos este ano.
Montero - Enquanto esteve em campo com o Slimani mostrou a JJ que ao nível do entrosamento está vários furos acima de Teo, antevendo eu uma acesa luta pela titularidade. De resto igual a si mesmo.
André Martins - Quando tudo apontava que estaria de saída, eis que JJ lhe descobre uma nova vocação: segundo avançado. Gostei de ver. Já sabemos que executa rápido e que sabe o quer fazer com a bola quando a recebe. Mais ao pé da baliza adversário, busca sempre o caminho do golo e ia conseguindo lá chegar com um remate de cabeça!

Sobre o Tanaka, acho que está a fazer figura de corpo presente até o Sporting encontrar um substituto para o Slimani. Precisamos de alguém que possa fazer a posição do Slimani. Theo, Montero e André Martins não podem fazer o papel que está destinado ao Sli com a mesma eficácia. Falta alguém com características que encaixem naquela posição e assim compreendo o dossier mitroglou. Sobre um possível substituto para o William confesso que hesito, mas parece que o JJ vê o Rúben mais como central, logo poderá vir alguém para essa posição. Boateng? Duvido, pelo que ganha.

Em resumo, excelentes indicações e que agora venha a supertaça.

SL

sábado, 25 de julho de 2015

Porque treme vieira?

Ao ver a entrevista do vieira ao record fica a clara sensação de que vieira está desorientado. No seu último ano de mandato enfrenta uma inesperada crise de confiança e, aparentemente, uma profunda crise financeira.
Da entrevista destaco o seguinte:

1. vieira aponta o Sporting como principal candidato ao título, com a argumentação de que o nosso clube terá abandonado o rigor financeiro dos últimos anos. Vamos lá ver o que se entende por descontrolo financeiro:
  • O descontrolado Sporting contratou o JJ pagando um salário de 4,5 milhões/ano mais 1,5 milhões variáveis. Apesar deste valor ser um valor alto, não será difícil encontrar 2 jogadores que, somados, ganhem isso no benfica. É preciso não esquecer que os últimos dados divulgados apontavam para custos com pessoal trimestrais de 6 milhões no Sporting 12,9 no benfica e 18,2 no porto. Se só contabilizarmos o JJ nestas contas os custos do Sporting subirão 1,8 (estou a contabilizar pelo 6 milhões mais encargos) e os do benfica descerão na mesma medida. Com esta loucura os custos com pessoal trimestrais passam para 7,8 no Sporting e para 11,1 no benfica (estou a partir do princípio que JJ veio ganhar o mesmo que ganhava na luz apesar de toda a gente jurar que ele veio ganhar mais e que o rui "gel" vitória veio ganhar uma sandes de presunto e um sumol para treinar o clube do coração). Para chegarmos aos níveis de gastos das nádegas temos de andar muito;
  • O descontrolado Sporting pagou, até agora 7,9 milhões de euros pelos seus reforços. O poupado benfica pagou 9,2 milhões. Uma verdadeira loucura! Com a agravante do descontrolado Sporting já ter praticamente o plantel fechado (só deverão haver novidades se forem vendidos jogadores) enquanto o poupado benfica ainda tem muito para comprar;
  • O poupado benfica investiu em aquisições para o seu plantel neste último mandato do vieira 113,7 milhões de euros! O descontrolado Sporting investiu no mesmo período 29,45 milhões.
  • Mas perante este cenário vem logo o argumento de que o benfica tem investido muito mas tem vendido muito e bem nestes últimos anos com as vendas neste período a atingirem os 310,9 milhões de euros que geram um saldo positivo no período de 188 milhões. Números notáveis, sem dúvida. Mas isso deve querer dizer que o benfica deve ter conseguido reduzir de forma acentuada o seu passivo e ter dado resultados francamente positivos. O passivo aumentou (apenas no último ano houve um ligeiro recuo da dívida bancária) e os resultados têm oscilado entre o positivo e o negativo. Possivelmente este ano o cenário irá ser francamente positivo se tivermos em conta que as vendas deste ano chegam aos 90 milhões de EUT (Euros da Treta para os leigos 1 EUR = 4,29 EUT segundo dados do L'Equipe) e o investimento ainda não foi além dos 9,2 milhões de Euros. Aguardamos ansiosamente a divulgação de tão extraordinários dados. É verdade que as vendas do Sporting não têm atingido estes valores mas o passivo tem reduzido e os resultados inverteram a tendência de profundamente negativos para francamente positivos. Descontrolado Sporting e poupado benfica, novamente...
2. E a outra nádega vieira? Parece que é melhor não falar nela, porque o casamento está a passar por uma fase difícil e não vale a pena estar a piorar as coisas, pelo menos no que ao aspecto desportivo diz respeito. Em relação ao resto já lá vamos. Mas para o vieira, investir 20 milhões num imburla ou ir buscar o guarda-redes titular e capitão do real madrid não quer dizer nada e não coloca o porto como principal candidato ao título;

3. Diz o vieira que o JJ já há muito tempo que tinha tomado a decisão de sair. O que ele queria dizer era que ele já tinha tomado há muito a decisão de que o JJ ia sair. Quis despachá-lo para onde lhe convinha (quiçá ainda ganhar uma comissãozita via mendes) mas o JJ não estava na disposição de seguir um desterro à moda do vitó pereira. O homem já não vai para novo e não estava para isso. Ele sabia que em portugal o d. bufas já se tinha comprometido a não tocar no JJ e achava que o Sporting não tinha poderio financeiro nem a ousadia necessária para ir buscar o JJ. Aliás, há dois anos ele conseguiu segurar o JJ perante a violenta investida do godinho (LOL), não ia ser o garoto a conseguir tal proeza. FODEU-SE!!! Digo com as letras todas porque é a partir daqui que o tabuleiro pode ter virado;

4. O vieira vem depois lamentar-se que a outra nádega lhe tirou o tapete na liga e na questão do sorteio do árbitros. Este é para mim o grande mistério desta novela. Será este arrufo de namorados real? Juro que às vezes dou por mim a montar um enredo de romance de cordel onde os amantes fingem zangar-se para que as famílias (leia-se adeptos) não condenem tão vergonhosa e descarada relação, passando a encontrar-se em motéis de segunda em vez da quinta das lágrimas para não darem nas vistas. A relação libidinosa continua só que à vista de todos é dada uma aparência de que tudo esta a voltar ao que existia antes. Esta aproximação do porto às posições Sporting pode ser apenas para dar "corpo" a essa separação. O mesmo acontece com a saída do maxi para o porto, que poderá apenas ser um jeito que o bufas dá ao vieira que precisa desesperadamente de reduzir custos. Mas atenção que este meu devaneio pode ser realmente apenas isso e que o porto se viu ultrapassado pelo benfica no sistema e decidiu ir noutro caminho. Viu que a forma mais rápida de o fazer era apanhar a pequena onda que o Sporting tinha levantado e fazer dela um tsunami que limpe o benfica do sistema, tentando voltar impôr a sua força. Se o sorteio dos árbitros avançar e o duque perder as eleições, o benfica pode ver-se de fora dos círculos de poder de um dia para o outro. É curioso ver que alguns dos "amigos" do benfica começam a abandonar o barco: o estoril já mudou de lado (não me agrada vê-los do lado do Sporting, mas enfim) e até o guimarães está armado em Suíça e não apoia ninguém (tem o rabo preso dos dois lados). Como apoios completamente declarados sobram o belenenses (claro) e o salvador (que esta semana viu uma das suas empresas apanhada numa mega rede de corrupção em Moçambique e de quem ninguém praticamente falou). Vamos a ver para onde isto vai.

Resumindo o vieira está nervoso. Este é o último ano de mandato e se é verdade que nos últimos 3 anos as coisas dificilmente lhe podiam ter corrido melhor desportivamente, estes últimos meses vieram pôr muita areia na engrenagem. O bes berrou e uma das principais torneiras do benfica secou. Os amigos salgado e josé guilherme estão agora na merda e já não podem dar a mãozinha do costume. De uma posição de controlo absoluto do poder no futebol português o benfica passa para uma posição de aparente fragilidade:
  • Perde o treinador bicampeão para o principal rival;
  • Perde um dos mais simbólicos jogadores do clube para outro rival;
  • Pode perder o controlo da arbitragem;
  • Pode perder as eleições na liga;
  • Aparenta ter pouco poderio financeiro para reforçar o plantel e mesmo renovar com alguns jogadores (a renovação com o jonas parece estar complicada).
Isto em plena época de renovações de lugar de época e de assinaturas da btv pode ser catastrófico. É sabido que as receitas do benfica são as que mais dependem dos resultados (como bem explica o Grande Artista Goleador aqui). Instalando-se uma crise de confiança e de resultados (2 jogos 2 derrotas) essas receitas podem cair a pique. Parece que única forma que o benfica encontrou de tentar manter a sua confiança em alta é atacando o Sporting. Anda a distribuir dinheiro em barda entre jornalistas, paineleiros, comentadores, ex-dirigentes, ex-futebolistas para atacarem de forma violenta o Sporting. Faz lembrar um bully que leva um valente pêro nos queixos do puto reguila da escola e só manda recados pelos amigos porque, do puto, tem medo. Pagar a esta gente toda custa um décimo do ordenado de um jogador por mês, por isso vamos continuar a assistir a este decadente espetáculo.

Do nosso lado resta ir respondendo aos ataques fora e dentro de campo. Ao contrário do que nos querem vender, esta é uma época fundamental para o benfica do vieira. Se este ano corre mal, a responsabilidade vai toda para a incompetência do vieira e isso pode custar-lhe um novo mandato. Eu até gostava de o ver lá mais anos porque acho que quanto mais tempo passar mais ele lixa aquilo, mas ao mesmo tempo gosto de ver um trafulha exposto o mais rápido possível, por isso acho que devemos fazer tudo para lhe acertar vários pêros nos queixos até o pôr totalmente KO! E que o próximo seja já uma vitória na Supertaça!

SL

PS: Entretanto parece que o sorteio dos árbitros foi chumbado enquanto escrevia o post. O meu ponto 4 é sem dúvida o mistério do ano.



Sobre o jogo de ontem

Apesar de não ter visto o jogo 100% concentrado (estava a trabalhar) deu para tirar algumas ilações:

  1. marco silva e jesus têm ideias de jogo muito diferentes e isso notou-se bastante. A forma de defender alterou-se substancialmente e isso notou-se. Ainda há muita ideia para assimilar e muitas movimentações para coordenar. Foram várias as situações em que os defesas não reagiram nem se posicionaram como o treinador deseja. Isso foi evidente;
  2. Construção de jogo totalmente diferente com mais linhas de passe abertas e com o médio defensivo a cair frequentemente na mesma linha dos centrais, tornando estes uma alternativa de construção. Laterais quase sempre subidos e com muitas movimentações dos extremos para o meio. Muito diferente do que estávamos habituados;
  3. No ataque a velocidade de execução que é aplicada é bastante superior o que vai originar menos posse de bola, maior número de perdas de bola, mas também criação de mais oportunidades e de soluções de ataque mais variadas, principalmente se formos capazes de pressionar logo que perdemos a bola;
  4. Pelo jogo de ontem fiquei com ideia de que o segundo avançado que jogar com o Slimani vai ser sempre um misto entre um número 10 e um segundo avançado. Ontem o André Martins teve essa função e penso que o vamos ver a jogar algumas vezes ao lado do Slimani, que funcionará como um ponta de lança mais fixo. A alternativa será jogar com dois avançados mais móveis como aconteceu na segunda parte com o Teo e o Fredy. Uma das grandes dúvidas que tenho na minha cabeça é onde pode encaixar o Bryan Ruiz: a extremo ou 2º avançado? Poderá ser uma alternativa para fazer dupla com Slimani, mas confesso que estou muito curioso sobre o papel que o JJ lhe vai dar;
  5. Rui Patrício continua enorme entre os postes. Volto a referir que precisa de trabalhar o jogo aéreo, mas esse é de facto o único aspecto menos positivo de um enorme guarda-redes;
  6. Gelson Martins pode vir a ser um caso sério. Confesso que se o miúdo continuar assim uma não renovação e venda do Carrillo deixa-me menos preocupado;
  7. Rúben Semedo está a ser trabalhado para ser alternativa ao William Carvalho. Tem um perfil atlético que o JJ gosta já o vimos fazer bons jogadores com menos potencial, por isso pode vir a ser uma surpresa, mas ainda é muito cedo para saber o que vai acontecer (e já agora parem de chatear o miúdo por ser ou ter sido lampião, isso muda e não quer dizer nada se for um bom profissional. Alguém dúvida que o Carlos Manuel, o Gomes, o Jaime Pacheco, o Sousa e mesmo o Paulo Sousa eram de outros clubes no seu coração? Ainda assim, não tenho dúvidas que defenderam as nossas cores de forma exemplar!);
  8. Em relação às aquisições que jogaram, não vou fazer grandes referências em particular por achar que é demasiado cedo para tal. No entanto, vi coisas muito interessantes no Teo;
  9. Em relação à aposta na formação, gostei de ver e espero que se mantenha. Era uma excelente prova de que o JJ sabe trabalhar com a formação. Além do Gelson e do Rúben, gostei de ver o Iuri, o Esgaio e o Wallyson, com diferenças entre eles mas foi apenas um jogo. Vamos a ver como evoluem.
SL

segunda-feira, 20 de julho de 2015

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Oh mourinho e se fosses dar música a outro?

Nota prévia: Penso que mourinho é o melhor treinador português da actualidade. Gosta de dar-se a ares de grande arrogância, mas penso que pessoalmente até será um personagem diferente. No entanto, gosta de cultivar ódios de estimação e por vezes foge-lhe a mão para a imbecilidade. Lembro-me sempre do episódio da camisola do Rui Jorge como um dos melhores exemplos dessa imbecilidade.

Ontem mourinho criticou a vertigem inflaccionista em que o futebol entrou. Como exemplo deu o que o Sporting estava a gastar em jogadores e treinadores num país que passa por grandes dificuldades, tendo criticado também o porto. Sobre o seu benfica... nada. Sabíamos que o homem era adepto do benfica, mas ontem ficámos a saber que é mais um lampião que gosta de servir de moço de recados, além de dar umas alfinetadas em dois ódios de estimação. Tudo estaria certo, se a visão, no que diz respeito ao Sporting não tivesse totalmente enviesada. Vamos por partes:
  1. O Sporting investiu até ao momento em jogadores 7,9 milhões de euros em aquisições. O benfica 9,2 milhões (todos os dados mencionados neste post podem ser consultados em tansfermarkt.com). Em relação a jogadores dar o exemplo do Sporting não faz sentido sem falar do benfica;
  2. O Sporting terá, alegadamente, feito um contrato de 4,5 milhões/ano + 1,5 milhões de prémios, com Jorge Jesus. É muito dinheiro, é verdade mas o rui "gel" vitória também deve ganhar uns 750 mil/ano por isso, no global, no global o Sporting estará a gastar mais 2,5 milhões que o benfica se juntarmos (de forma tosca), os jogadores e o treinador. Não é propriamente uma fortuna. Mais uma vez não falar do benfica, não faz sentido;
  3. Onde andava o mourinho quando o benfica gastou 48,7 milhões em 13/14 e 39 milhões em 14/15? O Sporting nessas duas épocas investiu 4,43 e 11,12 milhões respectivamente;
  4. O mourinho a falar de inflacção no futebol?!?! Ele que comprou paulo ferreira por 20 milhões de euros? Que o ano passado gastou 137 milhões e há 2 anos 127 milhões.
 Enfim, a única lógica que há nestas declarações é o mourinho aproveitar para dar uma alfinetada no casillas com quem tem contas para ajustar desde os tempos do real madrid e no Jorge Jesus por quem tem vindo a cultivar um profundo ódio de estimação. Penso que esse ódio tem origem no facto de Jorge Jesus ser o treinador que mais o ameaça no título de melhor treinador português e, principalmente, por ver no JJ um bronco sobrevalorizado. Para ele que é fruto de muito estudo, muito trabalho e muito investimento pessoal em técnicas de gestão de equipas, olha para JJ e vê um fruto puro do instinto e do talento natural, a quem lhe custou muito menos tempo a queimar pestana para chegar onde chegou.

O que acaba por ser surpreendente é a forma trapalhona como mourinho faz as críticas. Já o vi fazer críticas bem mais hábeis e inteligentemente construídas do que estas. Estará a perder o jeito para os famosos mind games? Ou na ânsia de mandar um recado ou agradar ao mendes, precipitou-se?

SL

sábado, 18 de julho de 2015

Especial: Trolls profissionais - Parte 3

Desculpem o post gigantesco, mas há quem ainda faça artigos jornalísticos à moda antiga: com profundidade, fontes confirmadas e dando várias visões sobre o mesmo assunto. Este é um desses casos e que, por isso, merece ser partilhado-

Reconheço que esta é uma visão "americana" da questão, mas ainda assim demonstra como a internet se tornou um perigo para quem quer estar correctamente informado. Vivemos numa era em que somos inundados com informação, o problema é que qualquer um pode manipular essa informação. A leitura do que anda na internet deve ser feita com um grande espírito crítico e recorrendo a vários pontos de vista sobre o mesmo assunto.

No entanto, de uma coisa tenho a certeza: há muitas forças a manipular a opinião pública em todos os aspectos da nossa sociedade. Este artigo faz-nos reflectir sobre a forma como esta manipulação é feita ao nível da política internacional (e não só), além de ajudar-nos a pensar como estas estratégias são plasmadas em outras áreas, principalmente nas que têm maior visibilidade social. O futebol tem características que faz com que tenha uma visibilidade social muito elevada:

  1. Movimenta enormes somas de dinheiro (limpo e sujo);
  2. Depende, em grande parte, da paixão das pessoas;
  3. É uma actividade cuja parte financeira é alvo de muito pouca regulação:
  4. Alimenta várias "indústrias" paralelas: imprensa especializada, transmissões televisivas, patrocínios, negócios imobiliários, construção, etc.;
  5. É o desporto de maior implantação a nível mundial, estimando-se que metade da população do globo (3 a 3,5 mil milhões de pessoas) o acompanhe e que 250 milhões o pratiquem.

Isto faz com que seja uma alvo óbvio de manipulação.


The Agency

From a nondescript office building in St. Petersburg, Russia, an army of well-paid “trolls” has tried to wreak havoc all around the Internet — and in real-life American communities.

Around 8:30 a.m. on Sept. 11 last year, Duval Arthur, director of the Office of Homeland Security and Emergency Preparedness for St. Mary Parish, Louisiana, got a call from a resident who had just received a disturbing text message. “Toxic fume hazard warning in this area until 1:30 PM,” the message read. “Take Shelter. Check Local Media and columbiachemical.com.”

St. Mary Parish is home to many processing plants for chemicals and natural gas, and keeping track of dangerous accidents at those plants is Arthur’s job. But he hadn’t heard of any chemical release that morning. In fact, he hadn’t even heard of Columbia Chemical. St. Mary Parish had a Columbian Chemicals plant, which made carbon black, a petroleum product used in rubber and plastics. But he’d heard nothing from them that morning, either. Soon, two other residents called and reported the same text message. Arthur was worried: Had one of his employees sent out an alert without telling him?

If Arthur had checked Twitter, he might have become much more worried. Hundreds of Twitter accounts were documenting a disaster right down the road. “A powerful explosion heard from miles away happened at a chemical plant in Centerville, Louisiana #ColumbianChemicals,” a man named Jon Merritt tweeted. The #ColumbianChemicals hashtag was full of eyewitness accounts of the horror in Centerville. @AnnRussela shared an image of flames engulfing the plant. @Ksarah12 posted a video of surveillance footage from a local gas station, capturing the flash of the explosion. Others shared a video in which thick black smoke rose in the distance.

Dozens of journalists, media outlets and politicians, from Louisiana to New York City, found their Twitter accounts inundated with messages about the disaster. “Heather, I’m sure that the explosion at the #ColumbianChemicals is really dangerous. Louisiana is really screwed now,” a user named @EricTraPPP tweeted at the New Orleans Times-Picayune reporter Heather Nolan. Another posted a screenshot of CNN’s home page, showing that the story had already made national news. ISIS had claimed credit for the attack, according to one YouTube video; in it, a man showed his TV screen, tuned to an Arabic news channel, on which masked ISIS fighters delivered a speech next to looping footage of an explosion. A woman named Anna McClaren (@zpokodon9) tweeted at Karl Rove: “Karl, Is this really ISIS who is responsible for #ColumbianChemicals? Tell @Obama that we should bomb Iraq!” But anyone who took the trouble to check CNN.com would have found no news of a spectacular Sept. 11 attack by ISIS. It was all fake: the screenshot, the videos, the photographs.

In St. Mary Parish, Duval Arthur quickly made a few calls and found that none of his employees had sent the alert. He called Columbian Chemicals, which reported no problems at the plant. Roughly two hours after the first text message was sent, the company put out a news release, explaining that reports of an explosion were false. When I called Arthur a few months later, he dismissed the incident as a tasteless prank, timed to the anniversary of the attacks of Sept. 11, 2001. “Personally I think it’s just a real sad, sick sense of humor,” he told me. “It was just someone who just liked scaring the daylights out of people.” Authorities, he said, had tried to trace the numbers that the text messages had come from, but with no luck. (The F.B.I. told me the investigation was still open.)

The Columbian Chemicals hoax was not some simple prank by a bored sadist. It was a highly coordinated disinformation campaign, involving dozens of fake accounts that posted hundreds of tweets for hours, targeting a list of figures precisely chosen to generate maximum attention. The perpetrators didn’t just doctor screenshots from CNN; they also created fully functional clones of the websites of Louisiana TV stations and newspapers. The YouTube video of the man watching TV had been tailor-made for the project. A Wikipedia page was even created for the Columbian Chemicals disaster, which cited the fake YouTube video. As the virtual assault unfolded, it was complemented by text messages to actual residents in St. Mary Parish. It must have taken a team of programmers and content producers to pull off.

And the hoax was just one in a wave of similar attacks during the second half of last year. On Dec. 13, two months after a handful of Ebola cases in the United States touched off a minor media panic, many of the same Twitter accounts used to spread the Columbian Chemicals hoax began to post about an outbreak of Ebola in Atlanta. The campaign followed the same pattern of fake news reports and videos, this time under the hashtag #EbolaInAtlanta, which briefly trended in Atlanta. Again, the attention to detail was remarkable, suggesting a tremendous amount of effort. A YouTube video showed a team of hazmat-suited medical workers transporting a victim from the airport. Beyoncé’s recent single “7/11” played in the background, an apparent attempt to establish the video’s contemporaneity. A truck in the parking lot sported the logo of the Hartsfield-Jackson Atlanta International Airport.

On the same day as the Ebola hoax, a totally different group of accounts began spreading a rumor that an unarmed black woman had been shot to death by police. They all used the hashtag #shockingmurderinatlanta. Here again, the hoax seemed designed to piggyback on real public anxiety; that summer and fall were marked by protests over the shooting of Michael Brown in Ferguson, Mo. In this case, a blurry video purports to show the shooting, as an onlooker narrates. Watching it, I thought I recognized the voice — it sounded the same as the man watching TV in the Columbian Chemicals video, the one in which ISIS supposedly claims responsibility. The accent was unmistakable, if unplaceable, and in both videos he was making a very strained attempt to sound American. Somehow the result was vaguely Australian.

Who was behind all of this? When I stumbled on it last fall, I had an idea. I was already investigating a shadowy organization in St. Petersburg, Russia, that spreads false information on the Internet. It has gone by a few names, but I will refer to it by its best known: the Internet Research Agency. The agency had become known for employing hundreds of Russians to post pro-Kremlin propaganda online under fake identities, including on Twitter, in order to create the illusion of a massive army of supporters; it has often been called a “troll farm.” The more I investigated this group, the more links I discovered between it and the hoaxes. In April, I went to St. Petersburg to learn more about the agency and its brand of information warfare, which it has aggressively deployed against political opponents at home, Russia’s perceived enemies abroad and, more recently, me.

Seven months after the Columbian Chemicals hoax, I was in a dim restaurant in St. Petersburg, peering out the window at an office building at 55 Savushkina Street, the last known home of the Internet Research Agency. It sits in St. Petersburg’s northwestern Primorsky District, a quiet neighborhood of ugly Soviet apartment buildings and equally ugly new office complexes. Among the latter is 55 Savushkina; from the front, its perfect gray symmetry, framed by the rectangular pillars that flank its entrance, suggests the grim impenetrability of a medieval fortress. Behind the glass doors, a pair of metal turnstiles stand guard at the top of a short flight of stairs in the lobby. At 9 o’clock on this Friday night in April, except for the stairwell and the lobby, the building was entirely dark.

This puzzled my dining companion, a former agency employee named Ludmila Savchuk. She shook her head as she lifted the heavy floral curtain to take another look. It was a traditional Russian restaurant, with a dining room done up like a parlor from the early 1900s, complete with bentwood chairs and a vintage globe that showed Alaska as part of Russia. Savchuk’s 5-year-old son sat next to her, slurping down a bowl of ukha, a traditional fish soup. For two and a half months, Savchuk told me, she had worked 12-hour shifts in the building, always beginning at 9 a.m. and finishing at 9 p.m., at which point she and her co-workers would eagerly stream out the door at once. “At 9 p.m. sharp, there should be a crowd of people walking outside the building,” she said. “Nine p.m. sharp.” One Russian newspaper put the number of employees at 400, with a budget of at least 20 million rubles (roughly $400,000) a month. During her time in the organization, there were many departments, creating content for every popular social network: LiveJournal, which remains popular in Russia; VKontakte, Russia’s homegrown version of Facebook; Facebook; Twitter; Instagram; and the comment sections of Russian news outlets. One employee estimated the operation filled 40 rooms.

Every day at the Internet Research Agency was essentially the same, Savchuk told me. The first thing employees did upon arriving at their desks was to switch on an Internet proxy service, which hid their I.P. addresses from the places they posted; those digital addresses can sometimes be used to reveal the real identity of the poster. Savchuk would be given a list of the opinions she was responsible for promulgating that day. Workers received a constant stream of “technical tasks” — point-by-point exegeses of the themes they were to address, all pegged to the latest news. Ukraine was always a major topic, because of the civil war there between Russian-backed separatists and the Ukrainian Army; Savchuk and her co-workers would post comments that disparaged the Ukrainian president, Petro Poroshenko, and highlighted Ukrainian Army atrocities. Russian domestic affairs were also a major topic. Last year, after a financial crisis hit Russia and the ruble collapsed, the professional trolls left optimistic posts about the pace of recovery. Savchuk also says that in March, after the opposition leader Boris Nemtsov was murdered, she and her entire team were moved to the department that left comments on the websites of Russian news outlets and ordered to suggest that the opposition itself had set up the murder.

Savchuk told me she shared an office with about a half-dozen teammates. It was smaller than most, because she worked in the elite Special Projects department. While other workers churned out blandly pro-Kremlin comments, her department created appealing online characters who were supposed to stand out from the horde. Savchuk posed as three of these creations, running a blog for each one on LiveJournal. One alter ego was a fortuneteller named Cantadora. The spirit world offered Cantadora insight into relationships, weight loss, feng shui — and, occasionally, geopolitics. Energies she discerned in the universe invariably showed that its arc bent toward Russia. She foretold glory for Vladimir Putin, defeat for Barack Obama and Petro Poroshenko. The point was to weave propaganda seamlessly into what appeared to be the nonpolitical musings of an everyday person.

In fact, she was a troll. The word “troll” was popularized in the early 1990s to denounce the people who derailed conversation on Usenet discussion lists with interminable flame wars, or spammed chat rooms with streams of disgusting photos, choking users with a cloud of filth. As the Internet has grown, the problem posed by trolls has grown more salient even as their tactics have remained remarkably constant. Today an ISIS supporter might adopt a pseudonym to harass a critical journalist on Twitter, or a right-wing agitator in the United States might smear demonstrations against police brutality by posing as a thieving, violent protester. Any major conflict is accompanied by a raging online battle between trolls on both sides.

As Savchuk and other former employees describe it, the Internet Research Agency had industrialized the art of trolling. Management was obsessed with statistics — page views, number of posts, a blog’s place on LiveJournal’s traffic charts — and team leaders compelled hard work through a system of bonuses and fines. “It was a very strong corporate feeling,” Savchuk says. Her schedule gave her two 12-hour days in a row, followed by two days off. Over those two shifts she had to meet a quota of five political posts, 10 nonpolitical posts and 150 to 200 comments on other workers’ posts. The grueling schedule wore her down. She began to feel queasy, she said, posting vitriol about opposition leaders of whom she had no actual opinion, or writing nasty words about Ukrainians when some of her closest acquaintances, including her own ex-husband, were Ukrainian.

Employees were mostly in their 20s but were drawn from a broad cross-section of Russian society. It seemed as if the agency’s task was so large that it would hire almost anyone who responded to the many ads it posted on job boards, no matter how undereducated or politically ignorant they were. Posts teemed with logical and grammatical errors. “They were so stupid,” says Marat Burkhardt, who worked for two months in the department of forums, posting 135 comments a day on little-read message boards about remote Russian towns. “You see these people with a lot of tattoos. They’re so cool, like they’re from New York; very hip clothing, very hip tattoos, like they’re from Williamsburg. But they are stupid.” In office conversation, they used gay slurs to refer to Petro Poroshenko and called Barack Obama a monkey. Management tried to rectify their ignorance with grammar classes. Others had “politology” classes to outline the proper Russian point of view on current events.

Yet the exact point of their work was left unclear to them. The handful of employees I spoke with did not even know the name of the company’s chief executive. They had signed a nondisclosure agreement but no official contract. Salaries were surprisingly high for the work; Savchuk’s was 41,000 rubles a month ($777), or as much as a tenured university professor earns. “I can’t say they clearly explain to you what your purpose there is,” Savchuk says. “But they created such an atmosphere that people would understand they were doing something important and secretive and very highly paid. And that they won’t be able to find a job like this anywhere else.”

Savchuk is 34, but her taste in clothes runs toward the teenage: The night of our dinner she wore a plaid dress and a billowing neon yellow jacket, and her head was swaddled in a fuzzy hood with animal ears. She credits her innocent appearance for allowing her to infiltrate the Internet Research Agency without raising alarms. While employed there, she copied dozens of documents to her personal email account and also plied her co-workers for information. She made a clandestine video of the office. In February, she leaked it all to a reporter for Moi Raion, a local newspaper known for its independent reporting. The documents, together with her story, offered the most detailed look yet into the daily life of a pro-Kremlin troll. Though she quit the agency the day the exposé was published, she was continuing her surveillance from the outside. She brought a camera to our dinner in hopes of documenting the changing of the shifts, which she planned to post to the VKontakte page of Information Peace, the group she founded to fight the agency. Her ultimate goal is to shut it down entirely, believing that its information warfare is contributing to an increasingly dark atmosphere in Russia. “Information peace is the start of real peace,” she says.

But at 10 minutes after 9 p.m., still no crowd had entered or left 55 Savushkina. Finally, around 9:30, a group of five young people approached the building and walked inside. Savchuk perked up, grabbed the camera and began to film the scene. Now more started filtering in, each of them stopping at the guard desk to check in. I counted at least 30 in all. Savchuk told me with pride that she believed the agency had changed its schedule to confound journalists, who began to stake out the place after her exposé.

Savchuk is accustomed to antagonizing powerful people. She has been a longtime environmental activist in the town of Pushkin, the suburb of St. Petersburg where she lives; her main cause before the troll farm was saving forests and parks from being paved over by well-connected developers. Last year she even ran for a seat on her municipal council as an independent, which in Russia requires a level of optimism bordering on delusion. On Election Day, she told me, state employees — health care workers, teachers, law enforcement, etc. — came to the polls wielding lists of candidates they had been “encouraged” to vote for, all of them associated with United Russia, the governing party of Vladimir Putin. (She lost her race.) Savchuk has filed a lawsuit against the Internet Research Agency for violating labor rights laws, citing the lack of official contracts. She has enlisted the help of a well-known human rights lawyer named Ivan Pavlov, who has spent years fighting for transparency laws in Russia; he took on Savchuk’s case in hopes that it would force the agency to answer questions about its business on the record.

Several Russian media outlets have claimed that the agency is funded by Evgeny Prigozhin, an oligarch restaurateur called “the Kremlin’s chef” in the independent press for his lucrative government contracts and his close relationship with Putin. When a reporter from the opposition paper Novaya Gazeta infiltrated the agency posing as a job seeker, she discovered that one of the team leaders was an employee of Prigozhin’s Concord holding company. (The reporter was familiar with her because the woman was famous among journalists for having been deployed by Prigozhin to spy on Novaya Gazeta.) The suspicion around Prigozhin was bolstered when emails leaked by hackers showed an accountant at Concord approving payments to the agency. If the speculation is accurate, it would not be the first time that Prigozhin has used his enormous wealth to fund quixotic schemes against his enemies: According to Novaya Gazeta, a documentary he backed, which later ran on the Kremlin-controlled NTV, claimed that the protesters who participated in the enormous anti-Putin demonstrations of 2011 were paid agents provocateurs, some of them bribed by United States government officials, who fed them cookies. “I think of him as Dr. Evil,” says Andrei Soshnikov, the reporter at Moi Raion to whom Savchuk leaked her documents. (My calls to Concord went unreturned.)

Savchuk’s revelations about the agency have fascinated Russia not because they are shocking but because they confirm what everyone has long suspected: The Russian Internet is awash in trolls. “This troll business becomes more popular year by year,” says Platon Mamatov, who says that he ran his own troll farm in the Ural Mountains from 2008 to 2013. During that time he employed from 20 to 40 people, mostly students and young mothers, to carry out online tasks for Kremlin contacts and local and regional authorities from Putin’s United Russia party. Mamatov says there are scores of operations like his around the country, working for government authorities at every level. Because the industry is secretive, with its funds funneled through a maze of innocuous-sounding contracts and shell businesses, it is difficult to estimate exactly how many people are at work trolling today. But Mamatov claims “there are thousands — I’m not sure about how many, but yes, really, thousands.”

The boom in pro-Kremlin trolling can be traced to the antigovernment protests of 2011, when tens of thousands of people took to the streets after evidence of fraud in the recent Parliamentary election emerged. The protests were organized largely over Facebook and Twitter and spearheaded by leaders, like the anticorruption crusader Alexei Navalny, who used LiveJournal blogs to mobilize support. The following year, when Vyascheslav Volodin, the new deputy head of Putin’s administration and architect of his domestic policy, came into office, one of his main tasks was to rein in the Internet. Volodin, a lawyer who studied engineering in college, approached the problem as if it were a design flaw in a heating system. Forbes Russia reported that Volodin installed in his office a custom-designed computer terminal loaded with a system called Prism, which monitored public sentiment online using 60 million sources. According to the website of its manufacturer, Prism “actively tracks the social media activities that result in increased social tension, disorderly conduct, protest sentiments and extremism.” Or, as Forbes put it, “Prism sees social media as a battlefield.”

The battle was conducted on multiple fronts. Laws were passed requiring bloggers to register with the state. A blacklist allowed the government to censor websites without a court order. Internet platforms like Yandex were subjected to political pressure, while others, like VKontakte, were brought under the control of Kremlin allies. Putin gave ideological cover to the crackdown by calling the entire Internet a “C.I.A. project,” one that Russia needed to be protected from. Restrictions online were paired with a new wave of digital propaganda. The government consulted with the same public relations firms that worked with major corporate brands on social-media strategy. It began paying fashion and fitness bloggers to place pro-Kremlin material among innocuous posts about shoes and diets, according to Yelizaveta Surnacheva, a journalist with the magazine Kommersant Vlast. Surnacheva told me over Skype that the government was even trying to place propaganda with popular gay bloggers — a surprising choice given the notorious new law against “gay propaganda,” which fines anyone who promotes homosexuality to minors.

All of this has contributed to a dawning sense, among the Russian journalists and activists I spoke with, that the Internet is no longer a natural medium for political opposition. “The myth that the Internet is controlled by the opposition is very, very old,” says Leonid Volkov, a liberal politician and campaign manager to Alexei Navalny. “It’s not true since at least three years.” Part of this is simple demographics: The Internet audience has expanded from its early adopters, who were more likely to be well-educated liberal intelligentsia, to the whole of Russia, which overwhelmingly supports Putin. Also, by working every day to spread Kremlin propaganda, the paid trolls have made it impossible for the normal Internet user to separate truth from fiction.

“The point is to spoil it, to create the atmosphere of hate, to make it so stinky that normal people won’t want to touch it,” Volkov said, when we met in the office of Navalny’s Anti-Corruption Foundation. “You have to remember the Internet population of Russia is just over 50 percent. The rest are yet to join, and when they join it’s very important what is their first impression.” The Internet still remains the one medium where the opposition can reliably get its message out. But their message is now surrounded by so much garbage from trolls that readers can become resistant before the message even gets to them. During the protests, a favorite tactic of the opposition was making anti-Putin hashtags trend on Twitter. Today, waves of trolls and bots regularly promote pro-Putin hashtags. What once was an exhilarating act of popular defiance now feels empty. “It kind of discredited the idea of political hashtags,” says Ilya Klishin, the web editor for the independent television station TV Rain who, in 2011, created the Facebook page for the antigovernment protests.

Russia’s information war might be thought of as the biggest trolling operation in history, and its target is nothing less than the utility of the Internet as a democratic space. In the midst of such a war, the Runet (as the Russian Internet is often called) can be an unpleasant place for anyone caught in the crossfire. Soon after I met Leonid Volkov, he wrote a post on his Facebook wall about our interview, saying that he had spoken with someone from The New York Times. A former pro-Kremlin blogger later warned me about this. Kremlin allies, he explained, monitored Volkov’s page, and now they would be on guard. “That was not smart,” he said.

The chain that links the Columbian Chemicals hoax to the Internet Research Agency begins with an act of digital subterfuge perpetrated by its online enemies. Last summer, a group called Anonymous International — believed to be unaffiliated with the well-known hacktivist group Anonymous — published a cache of hundreds of emails said to have been stolen from employees at the agency. It was just one hack in a long series that Anonymous International had carried out against the Kremlin in recent months. The group leaked embarrassing photos of Putin allies and incriminating emails among officials. It claimed to have hacked into Prime Minister Dmitri Medvedev’s phone, and reportedly hacked his Twitter account, tweeting: “I’m resigning. I am ashamed of this government’s actions. Forgive me.”

The emails indicated that the Internet Research Agency had begun to troll in English. One document outlined a project called “World Translation”; the problem, it explained, was that the foreign Internet was biased four to one against Russia, and the project aimed to change the ratio. Another email contained a spreadsheet that listed some of the troll accounts the agency was using on the English-language web. After BuzzFeed reported on the leak, I used the spreadsheet to start mapping the network of accounts on Facebook and Twitter, trying to draw connections.

One account was called “I Am Ass.” Ass had a Twitter account, an Instagram account, multiple Facebook accounts and his own website. In his avatars, Ass was depicted as a pair of cartoon buttocks with an ugly, smirking face. He filled his social-media presences with links to news articles, along with his own commentary. Ass had a puerile sense of humor and only a rudimentary grasp of the English language. He also really hated Barack Obama. Ass denounced Obama in posts strewn with all-caps rants and scatological puns. One characteristic post linked to a news article about an ISIS massacre in Iraq, which Ass shared on Facebook with the comment: “I’m scared and farting! ISIS is a monster awakened by Obama when he unleashed this disastrous Iraq war!”

Despite his unpleasant disposition, Ass had a half-dozen or so fans who regularly liked and commented on his posts. These fans shared some unusual characteristics. Their Facebook accounts had all been created in the summer of 2014. They all appeared to be well-dressed young men and women who lived in large American cities, yet they seemed to have no real-life friends. Instead, they spent their free time leaving anti-Obama comments on the Facebook posts of American media outlets like CNN, Politico and Fox News. Their main Facebook interactions, especially those of the women, appeared to be with strangers who commented on their physical appearance. The women were all very attractive — so attractive, indeed, that a search revealed that some of their profile photos had been stolen from models and actors. It became clear that the vast majority of Ass’s fans were not real people. They were also trolls.

I friended as many of the trolls on Facebook as I could and began to observe their ways. Most of the content they shared was drawn from a network of other pages that, like Ass’s, were clearly meant to produce entertaining and shareable social-media content. There was the patriotic Spread Your Wings, which described itself as “a community for everyone whose heart is with America.” Spread Your Wings posted photos of American flags and memes about how great it was to be an American, but the patriotism rang hollow once you tried to parse the frequent criticisms of Obama, an incoherent mishmash of liberal and conservative attacks that no actual American would espouse. There was also Art Gone Conscious, which posted bad art and then tenuously connected it to Obama’s policy failures, and the self-explanatory Celebrities Against Obama. The posts churned out every day by this network of pages were commented on and shared by the same group of trolls, a virtual Potemkin village of disaffected Americans.

After following the accounts for a few weeks, I saw a strange notification on Facebook. One account, which claimed to be a woman from Seattle named Polly Turner, RSVPed to a real-life event. It was a talk in New York City to commemorate the opening of an art exhibit called Material Evidence. I was vaguely aware of Material Evidence, thanks to eye-catching advertisements that had appeared in subway stations and on the sides of buses throughout New York City: a black-and-white photo of masked men in camouflage, overlaid with the slogan “Syria, Ukraine … Who’s Next?” Material Evidence’s website described it as a traveling exhibition that would reveal “the full truth” about the civil war in Syria, as well as about 2014’s Euromaidan revolution in Ukraine, through a combination of “unique footage, artefacts, video.” I clicked on the Material Evidence talk and saw that a number of other trolls had been invited, including my old friend I Am Ass.

Walking into Material Evidence, mounted last September in the cavernous ArtBeam gallery in Chelsea, was like walking into a real-life version of the hall of mirrors I’d stumbled into on Facebook. A sign at the front declared that the show did not “support a specific political goal,” but the message became clear as soon as I began to browse the images. Large, well-composed photos testified to the barbarity of the Syrian rebels, bent on slaughtering handsome Syrian soldiers and innocent civilians alike. A grim panorama showed a gymnasium supposedly used by rebels to torture prisoners. There was a heroic, sunlit portrait of a Syrian Army officer. A room hidden behind a curtain displayed gory photos of rebel-caused civilian causalities, “provided by the Syrian ministry of defense.”

Then there were the pictures from the Ukrainian revolution, which focused almost exclusively on the Right Sector, a small group of violent, right-wing, anti-Russian protesters with a fondness for black balaclavas. Russian authorities have seized upon Right Sector to paint the entire revolution, backed by a huge swath of Ukrainian society, as orchestrated by neo-fascist thugs. The show’s decision to juxtapose the rebellions in Syria and Ukraine was never clearly explained, perhaps because the only connection possible was that both targeted leaders supported by Russia.

On the floor in front of many of the photos sat the actual items that appeared in them, displayed under glass cases. How, exactly, did organizers procure the very same battered motorcycle helmet that a Ukrainian protester wore in a photo while brawling with riot police? Who had fronted the money to purchase a mangled white van, supposedly used by Syrian rebels in a botched suicide bombing, and transport it to New York City? Few answers were forthcoming from Benjamin Hiller, the Berlin-based German-American photojournalist who was put forth as the curator of Material Evidence. He sat at a table in the front of the gallery, a heavyset bearded man dressed entirely in black. He told me that the show had been organized by an independent collective of European, Russian and Syrian war photographers who were fed up with the one-sided view of conflicts presented by Western media. He said they simply wanted to show the “other side.” Hiller claimed that the funds to rent the space, take out the ads, transport the material and create a $40,000 grant advertised on the Material Evidence website had been raised through “crowdfunding.” (Hiller has since left the organization and says that because of the show’s “misinformations” and “nonjournalistic approach,” he “does not want to be affiliated anymore with the project.”)

When I got home, I searched Twitter for signs of a campaign. Sure enough, dozens of accounts had been spamming rave reviews under the hashtag #MaterialEvidence. I clicked on one, a young woman in aviator sunglasses calling herself Zoe Foreman. (I later discovered her avatar had been stolen.) Most of her tweets were unremarkable song lyrics and inspirational quotes. But on Sept. 11 of last year, she spent hours spamming politicians and journalists about a horrific chemical plant explosion in St. Mary Parish, La. The source field on Twitter showed that the tweets Zoe Foreman — and the majority of other trolls — sent about #ColumbianChemicals were posted using a tool called Masss Post, which is associated with a nonworking page on the domain Add1.ru. According to online records, Add1​.ru was originally registered in January 2009 by Mikhail Burchik, whose email address remained connected to the domain until 2012. Documents leaked by Anonymous International listed a Mikhail Burchik as the executive director of the Internet Research Agency.

In early February, I called Burchik, a young tech entrepreneur in St. Petersburg, to ask him about the hoax and its connection to the Internet Research Agency. In an article for the newspaper Süddeutsche Zeitung, the German journalist Julian Hans had claimed that Burchik confirmed the authenticity of the leaked documents. But when I called Burchik, he denied working at the Internet Research Agency. “I have heard of it, but I don’t work in this organization,” he said. Burchik said he had never heard of the Masss Post app; he had no specific memory of the Add1.ru domain, he said, but he noted that he had bought and sold many domains and didn’t remember them all. Burchik suggested that perhaps a different Mikhail Burchik was the agency’s executive director. But the email address used by the Mikhail Burchik in the leak matched the address listed at that time on the website of the Mikhail Burchik I spoke with.

In St. Petersburg, I finally had a chance to compare notes with Andrei Soshnikov, the young investigative journalist at Moi Raion to whom Ludmila Savchuk leaked her documents. Soshnikov is an indefatigable reporter: During one investigation, he had gone so far as to create a 3-D computer model of a roadway in order to calculate how much asphalt had been stolen during its construction. He was one of the first journalists to expose the Internet Research Agency when he went undercover and got a job there in 2013. Since then, he had followed the agency’s Russian trolls as obsessively as I had been tracking their English counterparts.

I showed Soshnikov a YouTube video posted on Facebook by one of the trolls. The video was a slick animated infographic about the faults of the United States Secret Service. What had caught my attention was the narrator. He sounded just like the voice from the videos spread during the Columbian Chemicals and Atlanta shooting hoaxes: a man trying desperately to sound American but coming off as Australian instead.

Soshnikov instantly recognized the style of the animation. It was made, he said, by an outfit called Infosurfing, which posts pro-Kremlin infographics on Instagram and VKontakte. Soshnikov showed me how he used a service called Yomapic, which maps the locations of social-media users, to determine that photos posted to Infosurfing’s Instagram account came from 55 Savushkina. He had been monitoring all of the content posted from 55 Savushkina for weeks and had assembled a huge database of troll content.

He brought up Infosurfing’s YouTube channel, and as we scrolled down, I noticed several videos in the same style as the Secret Service animation. In fact, Infosurfing had posted the exact same video on its own account — except instead of the unfortunate Australian voice-over, it was narrated in Russian. It was the most tantalizing connection yet: It seemed as if the man in the hoax videos had worked for an outfit connected to the same building that housed the Internet Research Agency.

Still, no one had heard of any department that might have orchestrated the hoax. The English-language trolling team was an elite and secretive group. Marat Burkhardt, who worked in the forums department, was asked to try out for an English-language team but didn’t get the job. The only person I spoke with who worked in the English department was a woman named Katarina Aistova. A former hotel receptionist, she told me she joined the Internet Research Agency when it was in a previous, smaller office. I found her through the Anonymous International leak, which included emails she had sent to her bosses, reporting on the pro-Putin comments she left on sites like The Blaze and Politico. One of her assignments had been to write an essay from the point of view of an average American woman. “I live in such developed society, so that people have practically ceased to walk on foot,” she wrote. When I emailed Aistova, she wasn’t eager to talk. She told me she had been harassed by critics of the Internet Research Agency after her email appeared in the leak; some men had even come to her door. She would meet me for an interview, but only if she could bring her brother for protection. I agreed, and we met at an out-of-the-way Chinese restaurant.

Aistova and her brother made an unusual pair. She was a short young woman with midlength brown hair, dressed all in black: sweater, leggings, big wedge boots. She insisted on paying for my coffee. “You are a Russian guest,” she said. He, by contrast, was a hulking skinhead with arms full of Nazi-themed tattoos, most prominent among them a five-inch swastika on his left biceps. “My brother, he looks like a strongman,” Aistova said, giggling. He wore a black T-shirt emblazoned with the skull-and-crossbones insignia of the SS Totenkopf division, which administered the Nazi concentration camps. I asked him what his T-shirt meant. “Totenkopf,” he grunted. During the interview he sat across the table from Aistova and me, smiling silently behind his sunglasses.

Aistova said that she worked for the Internet Research Agency for a month and a half. The majority of her work was translating news articles from English to Russian. The news articles covered everything from Ukraine to traffic accidents. On a few occasions, her bosses asked her to leave comments on American news sites about Russia, but she said that they never told her what to say. She loves Russia, she told me. She truly believes that Putin is just trying to help the people of Eastern Ukraine, and that his actions are being unfairly spun by the Western media. “I was like, Hey, you guys, you are saying these bad things about Putin, but people are suffering.”

But she claimed to harbor no ill will toward the United States. She wants to visit New York City, she said, and see the locations from “Breakfast at Tiffany’s,” one of her favorite films. “I don’t feel aggressive toward America. We’re the same people, we just speak different languages,” she said. After the interview, we shook hands outside the restaurant. “You seem like a journalist who will tell the truth,” she said. “I wish you luck on your story.”

On my last morning in St. Petersburg, I returned to 55 Savushkina. The clouds had lifted after a miserable week of snow and howling wind. At a few minutes before 10, my translator and I positioned ourselves on the sidewalk in front of the entrance, hoping to catch some of the trolls as they began the day shift. This was not a very well thought out strategy. Any employees arriving so close to the start of their shift didn’t have time to talk to a journalist even if they wanted to. A large van lurched to a halt in front of us and deposited a half-dozen young people, who hurried in the door before we had the chance to approach them. A bus stopped halfway down the block, and another gaggle of workers emerged. They waved off my translator’s inquiries with annoyed grunts or stone-faced silence. A young man smoking a cigarette said he didn’t work inside the building. He finished his cigarette and promptly went inside the building.

At 10 a.m. sharp, the flow of workers stopped. I decided we might as well try walking inside. I had read of other journalists who tried to enter the building, only to be kicked out immediately, so I entered with some trepidation. Two men in suits guarded the turnstiles. My translator and I approached a receptionist behind a desk and asked if we could speak with someone from Internet Research. (It dropped the “Agency” on moving to 55 Savushkina.) She informed us that Internet Research was no longer a tenant. “A couple of months ago, we had to say goodbye, because it was giving the entire building a bad reputation,” she said, matter-of-factly.

She pointed to a board that displayed a makeshift directory of the building’s current occupants. The names were printed out on small scraps of paper, and none of them were Internet Research. But I did recognize one: “FAN,” or Federal News Agency. I had read some news articles claiming that FAN was part of a network of pro-Kremlin news sites run out of 55 Savushkina, also funded by Evgeny Prigozhin. Former Internet Research Agency employees I had spoken to said they believed FAN was another wing of the same operation, under a different name. I asked to speak to someone from FAN. To my surprise, the receptionist picked up the phone, spoke into it for a few seconds and then informed us that Evgeny Zubarev, the editor in chief of FAN, would be right out to meet us.

Zubarev, who looked to be in his 50s, had close-cropped salt-and-pepper hair and a weary face. He greeted me with a handshake and invited me into his office. We made our way through the turnstiles and signed in with the guards, then took a brief walk down a long hallway to FAN’s two-room office on the first floor. It was unusually quiet for an online news operation that, according to Zubarev, had a staff of 40 people. The newsroom was equipped for a sizable team, with about a dozen identical black desktop computers sitting on identical brown laminate desks, but only two young reporters sat at them. The shades were drawn and the furniture looked just barely unpacked.

As we sat at Zubarev’s desk, I told him about the articles I’d read accusing FAN of being a Kremlin propaganda outfit. He shook his head in indignation. He turned to his computer and brought up FAN’s website, pointing to the masthead and the certificate number that showed FAN was an officially registered Russian mass-media organization. “FAN is a news agency,” he declared. It had stringers and reporters in Ukraine, and in many former Soviet states; they did original reporting, sometimes at great personal risk. Zubarev himself was a veteran journalist who covered the annexation of Crimea for the Russian news agency Rosbalt before joining FAN. But ever since reports linked him to the Internet Research Agency, he had faced questions about his integrity.

“We understand being in this building may discredit us, but we can’t afford to move at the moment,” Zubarev said with a sigh. “So we have to face the situation where reporters like you, Mr. Chen, come in here and ask us questions every day.”

Zubarev said he believed that he and FAN were victims of a smear campaign. I asked him who would do such a thing.

“Listen, that’s my position, not a confirmed fact,” he said. “It’s possible that there are some business interests, I don’t know. Maybe it’s an attack on our investors.” But when I asked who those investors were, he declined to comment. “I can’t discuss the identities of investors,” he said. “That’s in my contract.”

I left St. Petersburg on April 28. One day later, FAN published an article with the headline “What Does a New York Times Journalist Have in Common With a Nazi From St. Petersburg?” The story detailed a mysterious meeting in St. Petersburg between a New York Times journalist — me — and a neo-Nazi. Its lead image was a photo of a skinhead giving an enthusiastic Nazi salute. But it was not just any skinhead. It was the skinhead whom Katarina Aistova brought to our meeting and introduced to me as her brother. As I learned from reading the article, Aistova’s “brother” was in fact a notorious neo-Nazi named Alexei Maximov.

The article explained that Maximov, who goes by the nickname Fly, is a member of Totenkopf, a prominent skinhead group in St. Petersburg. He reportedly served nine years in prison for stabbing a man to death. Just a month before I met him, Maximov again made headlines when, during an investigation into beatings of immigrants around St. Petersburg, the police found weaponry and Nazi paraphernalia in his apartment.

The story made no mention of Katarina Aistova or the Internet Research Agency. Instead, the article claimed I met with Maximov because I wanted his help in creating a provocation against Russia. Maximov told FAN that I requested to meet him because I was “very keenly interested in sentiment among Russian nationalists.” He continued: “He evidently needed stories about how the murderous Kremlin regime persecutes free Russian people. It’s not the first time I’ve come across such requests on the part of Western journalists, but I’m not going to help them with this. Many want to see in Russian nationalists a ‘fifth column,’ which will function on orders from the West and sweep away the Kremlin.” Apparently I was trying to foment a mini-Euromaidan, right there in St. Petersburg.

The article was illustrated with photos of my meeting with Aistova and Maximov. One photo appears to have been shot surreptitiously through the restaurant window while we sat and talked. The point of view is such that Aistova is barely visible; indeed, at first glance, I seem to be having a friendly chat with a skinhead over a cup of coffee. Another photo, this one taken outside the restaurant, somehow makes me look deep in conversation with Maximov, even though I distinctly recall that Aistova was standing between us.

I had to admire the brazenness of the scheme. I remembered how, at the restaurant, Aistova had sat next to me so I had to twist around to talk to her, while Maximov sat silently across from us. Apparently they had arranged themselves so it could appear, from the right perspective, that I was meeting Maximov alone. I emailed Aistova to ask her to explain what happened. She responded only: “I would also like you to explain yourself and the situation!!” (A few weeks later, when I tried calling her by phone, she pretended I had the wrong number.)

Over the course of a few days, the sensational story circulated among a network of small pro-Kremlin blogs. In fact, the FAN story itself had been aggregated from another pro-Kremlin news site called People’s News, which Andrei Soshnikov, the Moi Raion journalist, has reported also operates out of 55 Savushkina. As it spread, it mutated to become even more alarming. One website suggested I was working for the C.I.A.; another, the National Security Agency. A YouTube channel called Russia Today — not the well-known state television channel but a knockoff — posted a slick video about the meeting, set to a pounding dubstep soundtrack. Disconcertingly, it included a photo of me leaving my hotel. The video currently has more than 60,000 views. Many of those views were a result of a familiar pattern of social-media promotion: Dozens of trolls on Twitter began tweeting links to the video using the hashtag #ВербовкаНацистов — “Recruitment of Nazis.” The hashtag trended on Russian Twitter.

After recovering from the initial shock, I began to track the campaign against me. I had practice, after all, from my months spent on the trail of the Internet Research Agency. I Googled the various Russian spellings of my name every hour to catch the latest posts as soon as they surfaced on LiveJournal and VKontakte. I searched Twitter for the URL of the YouTube video to catch every post.

A few days later, Soshnikov chatted with me on Skype. “Did you see an article about you on FAN?” he asked. “They know you are going to publish a loud article, so they are trying to make you look stupid in front of the Russian audience.”

I explained the setup, and as I did I began to feel a nagging paranoia. The more I explained, the more absurd my own words seemed — the more they seemed like exactly the sort of elaborate alibi a C.I.A. agent might concoct once his cover was blown. The trolls had done the only thing they knew how to do, but this time they had done it well. They had gotten into my head.

Correction: June 21, 2015
An article on June 7 about Russian Internet ‘‘trolls’’ referred incorrectly to the Internet platform Yandex. It was subjected to political pressure, but it was not brought under the control of Kremlin allies.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Especial: Trolls profissionais - Parte 2

Este é um artigo do Washigton Post sobre como as caixas de comentários estão a ser cada vez mais manipuladas. Retive a última frase que traduzo:

"Os Direitos Humanos, incluíndo a liberdade de expressão, referem-se a seres humanos reais e não a trolls anónimos."

Another reason to avoid reading the comments

By Anne Applebaum

If you are reading this article on the Internet, stop afterward and think about it. Then scroll to the bottom and read the commentary. If there isn’t any, try a Web site that allows comments, preferably one that is very political. Then recheck your views.

Chances are your thinking will have changed, especially if you have read a series of insulting, negative or mocking remarks — as so often you will. Once upon a time, it seemed as if the Internet would be a place of civilized and open debate; now, unedited forums often deteriorate to insult exchanges. Like it or not, this matters: Multiple experiments have shown that perceptions of an article, its writer or its subject can be profoundly shaped by anonymous online commentary, especially if it is harsh. One group of researchers found that rude comments “not only polarized readers, but they often changed a participant’s interpretation of the news story itself.” A digital analyst at Atlantic Media also discovered that people who read negative comments were more likely to judge that an article was of low quality and, regardless of the content, to doubt the truth of what it stated.

Some news organizations have responded by heavily curating comments. One Twitter campaigner, @AvoidComments, periodically reminds readers to ignore anonymous posters: “You wouldn’t listen to someone named Bonerman26 in real life. Don’t read the comments.” But none of that can prevent waves of insulting commentary from periodically washing over other parts of the Internet, infiltrating Facebook or overwhelming Twitter.

If all of this commentary were spontaneous, then this would simply be an interesting psychological phenomenon. But it is not. A friend who worked for a public relations company in Europe tells of companies that hire people to post, anonymously, positive words on behalf of their clients and negative words about rivals. Political parties of various kinds, in various countries, are rumored to do the same.

States have grown interested in joining the fray as well. Last year, Russian journalists infiltrated an organization in St. Petersburg that pays people to post at least 100 comments a day; an investigation earlier this year found that a well-connected businessman was paying Russian trolls to manage 10 Twitter accounts apiece with up to 2,000 followers. In the wake of the Russian invasion of Ukraine, the Guardian of London admitted it was having trouble moderating what it called an “orchestrated campaign.” “Goodbye ‘Eddie,’ ” tweeted the Estonian president a few months ago, as he blocked yet another Twitter troll.


The Russian trolls have been well-documented. But others may be preparing to join them. An Iranian educational group, Tavaana, has lately found its Facebook page blocked thanks to what it suspects was the activity of Iranian trolls. Famously, the Chinese government monitors the Internet inside China, using hundreds of thousands of paid bloggers. It can’t be long before they work out how to do the same in English, or Korean, or other languages as well.

For democracies, this is a serious challenge. Online commentary subtly shapes what voters think and feel, even if it just raises the level of irritation, or gives readers the impression that certain views are “controversial,” or makes them wonder what the “mainstream” version of events is concealing. For the most part, the Russian trolls aren’t supplying classic propaganda, designed to trumpet the glories of Soviet agriculture. Instead, as journalists Peter Pomerantsev and Michael Weiss have written in a paper analyzing the new tactics of disinformation, their purpose is rather “to sow confusion via conspiracy theories and proliferate falsehoods.” In a world where traditional journalism is weak and information is plentiful, that isn’t very difficult to do.

But no Western government wants to “censor” the Internet, either, and objections will always be raised if government money is even spent studying this phenomenon. Perhaps, as Weiss and Pomerantsev have also argued, we therefore need civic organizations or charities that can identify deliberately false messages and bring them to public attention. Perhaps schools, as they once taught students about newspapers, now need to teach a new sort of etiquette: how to recognize an Internet troll, how to distinguish truth from state-sponsored fiction.

Sooner or later, we may also be forced to end Internet anonymity or to at least ensure that every online persona is linked back to a real person: Anyone who writes online should be as responsible for his words as if he were speaking them aloud. I know there are arguments in favor of anonymity, but too many people now abuse the privilege. Human rights, including the right to freedom of expression, should belong to real human beings and not to anonymous trolls.