Até ao momento, todas as equipas do continente americano que já terminaram a fase de grupos qualificaram-se para o oitavos-de-final e representam 75% das equipas qualificadas. Nos quatro grupos que faltam fechar temos a Argentina já apurada, os EUA quase apurados, as Honduras que já não têm hipóteses de qualificação e o Equador que teria de operar o milagre de ganhar à França e esperar que a Suiça não ganhasse às Honduras. Difícil.
Fazendo um pouco de futurologia, penso que as equipas que serão apuradas nos próximos 2 dias serão: França, Suíça, Argentina, Nigéria, Alemanha, EUA (com muita pena minha), Bélgica e Argélia (quiçá, esta última, a previsão mais arriscada, mas tenho fé no Super Slim e companhia).
A confirmarem-se estas previsões, o quadro final de qualificados para os oitavos-de-final, por continente, desde 1986 (altura em que passou a haver esta fase da competição) é o seguinte:
Assim, pela primeira vez desde que o sistema de competição tem esta configuração (com a nuance de, até 1994, haver apenas 24 equipas) será a primeira vez que o continente americano terá metade das equipas nos oitavos-de-final. Confirmar-se-á também a tendência de 2010 de haver uma maioria de equipas americanas nesta fase.
A bipolarização do futebol mundial entre o continente Americano e a Europa é uma realidade histórica. Basta olhar para as presenças de selecções dos restantes continentes que são sempre residuais. No entanto a balança tem pendido mais para o lado europeu. O futebol europeu dominou o panorama dos Mundiais de futebol nos últimos 30 anos e apenas não tem uma maior hegemonia ao nível dos vencedores (no quadro a amarelo) em virtude da força do Brasil e da Argentina, que teimam em manter algum equilíbrio. Mas o número de selecções europeias a passar a fase de grupos era sempre bastante superior até ao mundial de 2010. Quererá isto dizer que o continente americano está a equilibrar as contas do futebol mundial, com o nível de qualidade das selecções de ambos os continentes a equivaler-se cada vez mais, principalmente nas selecções de nível médio/alto?
O aumento de competitividade e poder económico de alguns campeonatos do continente americano tem, certamente, alguma responsabilidade neste equilibrar de forças. Campeonatos como o brasileiro, mexicano, argentino e mesmo o americano têm evoluído de uma forma impressionante, mas a grande questão é se poderão vir a rivalizar com as principais ligas europeias. Sinceramente, acho que sim. Poderá demorar mais 30 anos, mas esta tendência vai manter-se.
E onde fica Portugal no meio de tudo disto? Ou pensamos o futebol de uma maneira diferente ou iremos afundar-nos no meio destas "duas nádegas que se enfrentam" e acabaremos como um mísero pelo encravado: espremido até não sair mais nada.
SL
Actualização: Acabei de me aperceber que as Honduras ainda se podem qualificar, mas com uma conjugação de resultados parecida com a que nós necessitamos para nos apurarmos (na prática até têm menos um golo de diferença para anular). Mea culpa.
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